A Avibras, maior indústria bélica do Brasil, localizada em Jacareí, São Paulo, vive um momento decisivo em seu processo de recuperação judicial. Após acumular uma dívida de R$ 600 milhões desde 2022, a empresa atraiu o interesse de um investidor brasileiro, cujo nome não foi revelado. Na última terça-feira (19), ocorreu uma reunião entre o sindicato dos trabalhadores e representantes do investidor para debater propostas para a aquisição e reestruturação da companhia, mas o encontro terminou sem acordo, e uma nova rodada de negociações está marcada para sexta-feira (22).
O investidor apresentou um plano de resgate que inclui medidas como a permanência da empresa na região por 10 anos, retomada do trabalho presencial, pagamento de salários atrasados e reestabelecimento do plano de saúde corporativo. Contudo, o sindicato rejeitou a proposta inicial, exigindo condições mais favoráveis, incluindo estabilidade no emprego até 2025, reajuste salarial e pagamento integral das pendências trabalhistas em parcelas. Sem consenso, as partes permanecem em impasse, enquanto as avaliações para a aquisição continuam.
A Avibras é uma das pioneiras nacionais no setor aeroespacial, desenvolvendo tecnologias de defesa e civis. Com uma história iniciada em 1961, a empresa já enfrentou greves e a desistência de outros compradores internacionais, como a australiana Defendtex e um investidor chinês. Apesar das dificuldades, o processo de negociação com o investidor brasileiro é visto como um marco na tentativa de recuperação da companhia, que atualmente emprega 924 trabalhadores e busca retomar sua posição no mercado.