O Ministério Público Federal (MPF) requisitou informações de vários órgãos públicos sobre as medidas tomadas para combater os incêndios que assolam a Terra Indígena (TI) Anambé, localizada em Moju, no Pará. O fogo, iniciado em 28 de outubro, já devastou mais da metade do território indígena, e as autoridades suspeitam de incêndio criminoso originado em uma fazenda vizinha. Em resposta, o MPF solicitou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Corpo de Bombeiros informações sobre o combate ao incêndio, enquanto também busca assistência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Defesa Civil para a comunidade Anambé.
A situação é crítica para a população de aproximadamente 200 indígenas que vivem na TI Anambé, composta pelas aldeias Mapurupy, Yrapã e Yetehu. A rápida propagação das chamas tem sido favorecida pela vegetação seca, e a fumaça densa representa um risco à saúde, principalmente para crianças e idosos. Em meio à escassez de alimentos e água potável, os próprios indígenas atuam para controlar o incêndio, ainda que sem os equipamentos e capacitação adequados. A insuficiência de brigadistas na região agrava a situação, enquanto a comunidade permanece acampada no limite da reserva, tentando proteger o que resta do território.
Uma campanha de doação foi organizada pela comunidade indígena para arrecadar itens essenciais como água mineral, alimentos não perecíveis, itens de higiene e equipamentos de apoio ao combate às chamas. As doações podem ser entregues em Belém, e também há um contato disponível para apoiar a comunidade.