O índice de risco-país da Argentina caiu para 784 pontos-base nesta quinta-feira (14), o nível mais baixo desde julho de 2019, refletindo uma crescente confiança dos mercados nas políticas econômicas implementadas pelo governo de Javier Milei. Essa redução ocorre em meio a uma série de medidas austeras e reformas pró-mercado que visam combater o déficit fiscal e controlar a inflação, ao mesmo tempo em que se realizam recompras de dólares pelo governo para fortalecer as reservas internacionais.
Apesar da melhora no risco-país, a economia argentina ainda enfrenta desafios significativos, como uma inflação alta, que atingiu 193% nos últimos 12 meses, e o aumento da pobreza, que afeta mais da metade da população. A administração de Milei tem promovido cortes de gastos para reduzir o déficit fiscal, mas essas ações também resultaram em dificuldades sociais, com um aumento no número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. A inflação, embora tenha diminuído para menos de 200% ao ano, ainda impacta fortemente o poder de compra da população.
No cenário internacional, a Argentina está se preparando para renegociar um empréstimo de US$ 44 bilhões com o FMI, que vence em dezembro deste ano. A queda no risco-país facilita o acesso ao crédito internacional e pode ajudar o país a melhorar sua posição fiscal. No entanto, o governo argentino ainda enfrenta a tarefa de equilibrar suas políticas de austeridade com a necessidade de promover o crescimento econômico e aliviar as dificuldades sociais de uma população que ainda sofre com altas taxas de pobreza e inflação.