O índice de risco-país da Argentina registrou uma queda significativa nesta quinta-feira (14), alcançando o nível mais baixo desde julho de 2019, refletindo a confiança dos mercados nas medidas adotadas pelo governo de Javier Milei. Entre as ações destacadas estão o superávit fiscal, o combate à inflação e as recompras de dólares pelo governo, que têm ajudado a estabilizar a economia. O índice de risco, medido pelo JPMorgan, caiu para 784 pontos-base, após ter superado os 800 pontos-base no fechamento do mercado na quarta-feira (13).
A melhora no risco-país é crucial para o acesso da Argentina ao crédito internacional, especialmente no momento em que o país se prepara para renegociar um empréstimo de US$ 44 bilhões com o FMI, com vencimento previsto para dezembro. No final de 2023, o risco-país estava em torno de 2,5 mil pontos, refletindo o alto nível de incerteza econômica e a instabilidade durante o governo anterior. Desde que Milei assumiu o cargo, as reformas pró-mercado e as austeridades implementadas ajudaram a reduzir o déficit fiscal e a melhorar as finanças públicas, apesar do impacto negativo no crescimento econômico e no aumento da pobreza.
Embora a Argentina tenha registrado uma desaceleração na inflação, com a taxa anual caindo para menos de 200% em outubro, os desafios econômicos continuam, especialmente para a população que enfrenta altas taxas de pobreza. O país segue buscando equilibrar as reformas necessárias para a estabilidade fiscal com as consequências sociais de medidas que afetaram a renda de muitos argentinos. A recuperação das reservas internacionais e o crescimento no mercado de ações de Buenos Aires são aspectos positivos, mas a recuperação econômica ainda depende da capacidade do governo em administrar as tensões internas e externas.