O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, tem operado como uma agência independente do governo por mais de 70 anos, tomando decisões cruciais para a economia americana sem interferência direta do presidente ou de políticos. A justificativa para essa autonomia está em decisões impopulares que buscam equilibrar a economia a longo prazo, mesmo que à custa de curto prazo, como o controle das taxas de juros para conter a inflação. A independência do Fed é considerada um pilar da política monetária americana e tem sido defendida como fundamental para o benefício público.
Com a possibilidade de retorno de Donald Trump à presidência, surgem preocupações sobre o futuro da autonomia do Fed. Trump já expressou insatisfação com a falta de controle do presidente sobre as decisões do banco central, argumentando que, como líder e empresário de sucesso, acredita ter um “instinto melhor” para decisões de taxa de juros. Embora seja incerto se um presidente teria o poder de limitar essa independência sem a aprovação do Congresso, a situação gera incertezas sobre potenciais pressões políticas sobre o Fed.
A interferência política nas decisões do Fed pode comprometer o equilíbrio econômico e reacender a inflação, que recentemente esteve próxima da meta de 2%. Autoridades eleitas frequentemente pedem a redução de taxas para impulsionar a economia, mas o Fed tem mantido taxas elevadas para conter a inflação persistente. Em setembro, um pequeno corte foi realizado após um longo período de alta, refletindo a resistência do banco a pressões políticas. Jerome Powell, presidente do Fed, reafirmou a importância da independência do banco central como um arranjo institucional benéfico, reiterando seu compromisso em manter essa autonomia.