O governo federal enfrenta dificuldades para definir áreas e valores exatos para cortes de gastos no orçamento, necessários para cumprir o novo arcabouço fiscal. Essa falta de consenso gerou um novo adiamento no anúncio das medidas de ajuste, apesar das reuniões com ministros de pastas-chave, como Fazenda, Planejamento, Educação e Saúde. As áreas de Educação e Saúde estão entre as possíveis afetadas, mas os valores exatos dos cortes ainda não foram confirmados.
Na área social, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, garantiu que não haverá cortes em benefícios sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), afirmando que o foco será combater fraudes sem reduzir os repasses. A demora na definição das medidas impacta o mercado financeiro, refletindo em uma alta do dólar, que fechou a R$ 5,73, e uma queda de 1,43% no Ibovespa, índice de referência do mercado de ações, que terminou a sessão em 127.800 pontos.
A resistência a cortes em áreas fundamentais coloca pressão sobre o Ministério da Fazenda, que havia sinalizado que faltavam apenas ajustes finais antes do anúncio. Caso as medidas de corte sejam insuficientes para conter o orçamento, o governo pode enfrentar desafios econômicos que afetam tanto o cenário financeiro quanto a popularidade do presidente.