A recente alta do dólar, atingindo seu maior patamar desde março de 2020, reflete o temor do mercado em relação à promessa do governo federal de equilibrar as contas públicas. Com o dólar a R$ 5,86, a desvalorização do real é acompanhada pelo aumento dos juros futuros, que alcançaram 13% pela primeira vez em quase dois anos. A falta de um pacote de ajustes fiscais anunciado pelo ministro da Fazenda, junto a uma viagem do chefe da equipe econômica à Europa, intensificou a incerteza no cenário econômico.
Além disso, a bolsa brasileira enfrentou uma desvalorização significativa, com o Ibovespa registrando a segunda maior queda em dólar entre 20 mercados avaliados. A deterioração do ambiente macroeconômico, impulsionada pela alta dos juros e pela falta de clareza nas políticas fiscais, contribuiu para a saída de fluxos de investimento do Brasil. Especialistas apontam que a elevação das taxas de juros é uma resposta direta à insegurança fiscal que permeia o governo atual.
Por fim, o aumento da dívida pública, que atingiu 78,5% do PIB, e a expectativa de crescimento insustentável dessa dívida acendem alarmes sobre a saúde financeira do país. Relatórios indicam que a dívida bruta pode chegar a 80% do PIB até o fim do ano, dificultando a possibilidade de ampliar gastos e investimentos. Em meio a essas tensões, a necessidade de ajustes fiscais se torna mais urgente, refletindo um clima de incerteza tanto local quanto global.