O dólar fechou em alta de 1,05%, cotado a R$ 5,735, devido ao cenário de incertezas tanto no Brasil quanto na China. Investidores se mostram preocupados com a capacidade das novas medidas econômicas da China de enfrentar as dificuldades internas e de mitigar os efeitos de possíveis tarifas dos EUA, propostas pelo novo governo. O descontentamento do mercado com os estímulos chineses, considerados insuficientes, gerou cautela entre investidores globais, enquanto os índices de inflação no Brasil também surpreenderam negativamente.
No Brasil, a instabilidade econômica também se reflete na bolsa de valores, que registrou uma queda de 1,42% no índice B3, que encerrou em 127.829 pontos. A queda foi intensificada pelo recuo das ações da Vale, pressionada pela desvalorização de commodities no mercado global. Além disso, a inflação brasileira medida pelo IPCA em outubro superou as expectativas, o que aumenta a preocupação com o controle dos preços. Em resposta à pressão inflacionária, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic para 11,25% ao ano.
Ao mesmo tempo, o mercado brasileiro aguarda com expectativa o anúncio de cortes de gastos por parte do governo federal, medida esperada para aumentar a sustentabilidade fiscal. A demora no detalhamento do pacote eleva as incertezas entre os investidores, que receiam os impactos fiscais e a falta de clareza nas políticas econômicas. Em contraste, o banco central dos EUA, o Federal Reserve, optou por reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, movimento que sugere uma suavização do aperto monetário no país e que pode influenciar o fluxo de capitais entre os mercados globais.