A COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, alcançou um importante acordo sobre o estabelecimento de um mercado global de carbono, quase uma década após o início das negociações. Esse mercado permitirá que créditos de carbono sejam negociados para estimular projetos de redução de emissões, especialmente em países menos desenvolvidos. No entanto, a credibilidade e efetividade do sistema ainda são questionadas por especialistas, que alertam para a necessidade de garantias que promovam reduções reais nas emissões globais.
Apesar desse avanço, o financiamento climático emergiu como um ponto crítico de divergência. Países desenvolvidos e em desenvolvimento enfrentaram dificuldades em definir valores e mecanismos de apoio financeiro. Enquanto nações mais pobres pressionam por maior comprometimento, os países ricos propuseram cifras inferiores ao esperado, como os US$ 250 bilhões anuais sugeridos no rascunho do Novo Objetivo Coletivo Quantificado de Financiamento Climático (NCQG). A indefinição quanto às fontes e estratégias de arrecadação para atingir as metas financeiras amplifica as preocupações sobre o futuro do Acordo de Paris.
Com expectativas de ações mais concretas na próxima COP, que será realizada no Brasil, cresce a pressão para avanços significativos. Especialistas destacam que atrasos nas decisões elevam os custos e riscos associados à crise climática. A COP30, em Belém, será uma oportunidade para reforçar compromissos globais e apresentar metas mais ambiciosas e realistas, alinhadas às crescentes demandas por justiça climática e transição sustentável.