O Aeroporto Internacional de Viracopos, administrado pela concessionária Aeroportos Brasil, está novamente à beira de um processo de relicitação após tentativas de acordo frustradas entre a concessionária, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o governo federal. A concessionária, que foi a primeira no Brasil a solicitar a devolução da concessão, conseguiu temporariamente reverter essa decisão ao buscar um entendimento para continuar à frente do aeroporto. No entanto, divergências financeiras inviabilizaram uma solução consensual no Tribunal de Contas da União (TCU), e um novo edital de relicitação será lançado.
O principal entrave nas negociações foi o cálculo de indenização devido à concessionária, que inclui ressarcimento por investimentos realizados e por eventuais litígios futuros. A Anac chegou a divulgar um valor preliminar de R$ 2,5 bilhões como base de indenização, mas ainda há incertezas sobre o valor exato, que deve ser revisado por uma auditoria independente antes de ser submetido ao TCU. Diante do impasse, a concessionária retomou um processo de arbitragem na Justiça para definir o montante de compensação.
Desde 2017, Viracopos enfrentou dificuldades financeiras que culminaram em um pedido de recuperação judicial, encerrado em 2020. A concessionária conseguiu reequilibrar parcialmente suas operações e até apresentou crescimento no fluxo de passageiros nos últimos anos, mas o acúmulo de dívidas e o impasse com a Anac reforçaram a possibilidade de relicitação como única saída viável. Assim, o aeroporto segue para um novo processo licitatório, com o objetivo de atrair investidores privados que assumam a gestão do terminal.