O último dia da COP29, realizada no Azerbaijão, terminou sem um consenso sobre o financiamento necessário para combater as mudanças climáticas. Os países em desenvolvimento, mais vulneráveis ao aquecimento global, esperavam um compromisso robusto dos países ricos, com um aporte anual superior a 1 trilhão de dólares. No entanto, a proposta apresentada prevê aumentar gradualmente os atuais 100 bilhões de dólares para 250 bilhões até 2035, valor muito abaixo das expectativas e considerado insuficiente para atender às necessidades globais.
O Brasil e outras nações emergentes defendem que o montante alcance 1,3 trilhão de dólares por ano para viabilizar ações que beneficiem todo o planeta, como a transição para uma matriz energética limpa e o enfrentamento de eventos climáticos extremos. A falta de clareza sobre as fontes de financiamento também gerou críticas, especialmente pelo destaque dado à participação do setor privado, que não é signatário dos acordos. Países em desenvolvimento preferem que a maior parte dos recursos seja proveniente de fundos públicos das nações ricas, evitando o risco de endividamento por meio de empréstimos internacionais.
O negociador do Azerbaijão afirmou que o valor proposto não está à altura das metas climáticas globais e prometeu insistir em avanços no acordo. Enquanto isso, entidades civis e especialistas expressaram indignação, destacando que as expectativas já eram baixas, mas o resultado decepcionou ainda mais. As negociações, que deveriam encerrar na sexta-feira, continuaram madrugada adentro, na esperança de uma nova proposta mais alinhada com as demandas das nações vulneráveis.