A COP29, realizada em Baku, enfrenta uma forte crise nas negociações devido à insatisfação de países insulares e vulneráveis com a falta de atenção por parte das nações desenvolvidas. Representantes de países como Maldivas, Jamaica e Bangladesh abandonaram uma sala de negociações em protesto, destacando uma sensação de exclusão e desrespeito. A conferência, apelidada de “COP das Finanças”, busca estabelecer metas de financiamento climático, mas enfrenta dificuldades para alcançar um consenso, especialmente em relação à alocação de recursos para nações em desenvolvimento.
O último rascunho do acordo tem sido amplamente criticado por sua falta de clareza e compromisso com fundos públicos, propondo um financiamento anual de US$ 250 bilhões até 2035, enquanto especialistas apontam a necessidade de US$ 1,3 trilhão. O Brasil apresentou uma contraproposta de US$ 300 bilhões até 2030, com atualização para US$ 390 bilhões até 2035, enfatizando a urgência de um compromisso robusto. No entanto, a incerteza sobre a meta de US$ 100 bilhões previamente estabelecida preocupa países que dependem desse suporte para adaptação e mitigação climática.
Ativistas também criticaram a lentidão das negociações, com destaque para a preocupação com a ausência de medidas concretas para enfrentar a crise climática. A Aliança das Pequenas Ilhas (Aosis) expressou indignação com o tratamento recebido, enquanto países árabes resistem a propostas relacionadas à redução de combustíveis fósseis. O evento, inicialmente previsto para ser concluído em 22 de novembro, reflete um cenário de grandes desafios políticos e financeiros que dificultam o progresso em acordos climáticos globais.