A vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA coloca o país em um cenário internacional de alta tensão, com riscos de confrontos entre grandes potências como não se via desde a Guerra Fria. O novo presidente enfrenta um ambiente marcado por tensões geopolíticas em regiões como o Oriente Médio, onde sua relação próxima com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pode intensificar conflitos e ameaçar os esforços de paz. Analistas alertam também para uma possível escalada entre EUA e Irã, cuja retomada do programa nuclear preocupa Washington, enquanto o apoio norte-americano à Ucrânia na guerra contra a Rússia pode ser reduzido, pois Trump considera esse auxílio menos prioritário frente à concorrência com a China.
As relações de Trump com a Europa também geram incertezas, especialmente quanto à permanência dos EUA na Otan, aliança que ele questionou em seu primeiro mandato. A vitória do republicano levanta dúvidas sobre o futuro da cooperação militar e diplomática com aliados europeus, já que Trump adota uma postura mais nacionalista e menos comprometida com os pactos tradicionais de segurança. Para observadores internacionais, esses movimentos indicam um período de instabilidade e mudanças nas parcerias históricas dos EUA.
Além da geopolítica, a crise climática emerge como uma preocupação central. Trump já anunciou sua intenção de retirar novamente os EUA do Acordo de Paris, revertendo a decisão de Joe Biden, que havia recolocado o país no pacto. A postura cética de Trump em relação às mudanças climáticas preocupa especialistas, que destacam a urgência da situação, com efeitos já visíveis no cotidiano e uma necessidade crescente de ação global coordenada para conter o aquecimento.