A agenda econômica de Donald Trump em seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos inclui medidas protecionistas, como um aumento significativo nas tarifas de importação e a ampliação de subsídios internos. Essas ações têm potencial para elevar a dívida pública americana, impulsionar a inflação e reduzir o comércio global, segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil. Esse cenário pode resultar em um dólar mais valorizado e uma redução nas exportações brasileiras para seu segundo maior parceiro comercial, impondo desafios econômicos para o Brasil.
Especialistas destacam que as propostas de aumento de tarifas podem afetar tanto a economia americana quanto seus parceiros comerciais, gerando inflação e um aumento nas taxas de juros. Em resposta às tarifas, o consumidor americano enfrentaria preços mais altos ou uma possível escassez de produtos importados, especialmente aqueles provenientes da China. Esse impacto nos preços, caso leve o Federal Reserve a aumentar os juros, fortaleceria o dólar e afetaria diretamente países como o Brasil. No entanto, existe um cenário alternativo, em que uma desaceleração da economia americana poderia levar o FED a cortar juros, o que também não seria favorável para o Brasil.
A política de deportação em massa de imigrantes sem documentos também é vista como um fator que pode prejudicar setores que dependem da mão de obra migrante, como construção e serviços de baixa remuneração. Com uma menor disponibilidade de trabalhadores, a inflação poderia ser pressionada ainda mais, afetando o valor do dólar e o comércio global. No entanto, especialistas afirmam que o impacto final dependerá da amplitude das medidas implementadas e das reações dos países afetados, especialmente da China, o que poderia gerar desdobramentos adicionais para o Brasil e a América Latina.