O Brasil deve fechar 2024 com um superávit comercial entre US$ 75 bilhões e US$ 78 bilhões, segundo o relatório Icomex da Fundação Getulio Vargas. No entanto, as incertezas do comércio global para 2025 são reforçadas pela possibilidade de novas tarifas de importação nos Estados Unidos, incluindo aumentos significativos para a China e outros países. Tais medidas podem provocar impactos inflacionários e alta de juros nos EUA, com reflexos globais, dificultando a redução de juros no Brasil. Como os EUA são o segundo maior destino das exportações brasileiras, as mudanças no protecionismo americano podem influenciar diretamente a pauta de exportações.
As exportações brasileiras para os EUA apresentaram crescimento em 2024, destacando a indústria de transformação, que teve aumento de 7,9% em outubro em comparação ao mesmo mês de 2023. O relatório aponta que a pauta exportadora para os EUA é mais diversificada do que para a China, onde três produtos dominam 77% das exportações. Entretanto, produtos siderúrgicos e aeronaves, fortemente dependentes do mercado americano, enfrentam riscos de taxação. Apesar disso, alternativas como fábricas locais nos EUA podem atenuar impactos.
O futuro das exportações brasileiras dependerá de como o Brasil redirecionará seus produtos para outros mercados em caso de tarifas elevadas, especialmente em setores como café, carne e petróleo, onde possui vantagens competitivas. Contudo, a crescente adoção de medidas protecionistas globalmente dificulta a diversificação de mercados. Por outro lado, o Brasil pode se beneficiar em áreas como a soja, caso tensões comerciais entre EUA e China se intensifiquem, mas a competição global e os acordos internacionais também impõem desafios adicionais à balança comercial.