A reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, juntamente com o possível domínio republicano no Congresso, promete mudanças significativas na política externa e nos mercados globais. Sua agenda “America First” indica a retomada de medidas protecionistas, incluindo novas tarifas de 10% a 15% sobre produtos importados e até 60% sobre itens chineses específicos, potencialmente aprofundando a guerra comercial com a China. Esse cenário pode trazer impactos importantes para países exportadores de commodities, como o Brasil, que poderiam ver seus mercados alterados devido ao redirecionamento de produtos chineses e à intensificação da concorrência global.
Na Europa, a reeleição de Trump exige uma reavaliação das relações com os Estados Unidos, marcadas anteriormente por tensões comerciais e políticas. Para alguns analistas, o bloco europeu poderia reconsiderar uma aproximação com a China para equilibrar a influência americana, o que poderia redefinir as alianças globais e a balança de poder. No setor agrícola, o protecionismo de Trump também representa um desafio, com potenciais quedas nos preços globais de commodities, como soja e milho, devido ao aumento de estoques nos Estados Unidos e políticas de subsídio que pressionam o mercado internacional, prejudicando as exportações brasileiras.
Internamente, o controle republicano no Senado e na Câmara permitiria a Trump avançar em uma agenda econômica e regulatória de corte fiscal e desregulamentação, enquanto promove políticas de estímulo para indústrias de combustíveis fósseis e transição energética. Essas ações poderiam desencadear uma resposta do Federal Reserve, elevando as taxas de juros e, possivelmente, afetando o fluxo de capitais na América Latina. Caso os democratas mantenham algum grau de controle, o governo Trump poderá enfrentar desafios para implementar sua agenda integralmente, levando a possíveis negociações que balanceariam seu poder e criariam um sistema de freios e contrapesos no governo.