Pesquisas realizadas pela Fiocruz, em parceria com ONGs, apontam que o consumo de alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas gera custos expressivos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Os gastos diretos com saúde relacionados a ultraprocessados chegam a R$ 933,5 milhões anuais, enquanto os custos totais, incluindo mortes prematuras, somam R$ 10,4 bilhões. Para o consumo de álcool, o impacto alcança R$ 18,8 bilhões. Esses números evidenciam o peso financeiro do consumo excessivo desses produtos, mas não consideram despesas na saúde suplementar ou atendimentos com causas secundárias.
Os especialistas defendem a implementação de impostos seletivos sobre ultraprocessados e álcool como estratégia para financiar os custos gerados e reduzir o consumo de substâncias prejudiciais. Essa medida, associada a campanhas de conscientização, tem potencial para promover escolhas mais saudáveis, melhorar a qualidade de vida e reduzir mortes relacionadas a esses produtos, estimadas em quase 40 mil por ano. Além disso, os impostos podem contribuir para reformar o sistema tributário, favorecendo políticas públicas de saúde e sustentabilidade, como o incentivo à produção e consumo de alimentos in natura.
Estudos indicam que as doenças associadas a esses consumos, como diabetes, hipertensão e obesidade, impactam não apenas a saúde, mas também a produtividade, com efeitos duradouros sobre a economia. Uma pesquisa mostra que 62% da população apoia o aumento de preços de álcool, e 77% acreditam que o governo tem responsabilidade no combate aos danos causados. A tributação desses produtos é vista como uma solução para reduzir mortes e custos sociais relacionados à violência e acidentes de trânsito, promovendo maior equidade no sistema de saúde e na sociedade como um todo.