A redução da imigração nos Estados Unidos, promessa de campanha do ex-presidente Donald Trump, é vista com cautela por especialistas que consideram o efeito potencial negativo para a economia americana. Eduardo Cotrim, economista e gestor, argumenta que a presença de imigrantes no mercado de trabalho alivia pressões inflacionárias e contribui para a estabilidade econômica. Ele cita que a imigração fornece mão de obra essencial em setores como construção civil e serviços, desempenhando um papel fundamental no funcionamento da economia.
Cotrim explica que, enquanto a primeira gestão de Trump diminuiu a imigração para cerca de 750 mil pessoas por ano, o governo Biden registrou uma média anual de 2,5 milhões de novos imigrantes, somando 10,5 milhões nos últimos quatro anos. Esse fluxo maior teria ajudado a equilibrar o mercado de trabalho e aliviar as pressões sobre o Federal Reserve, que ajusta as taxas de juros para controlar a inflação. No entanto, uma redução significativa no ritmo de imigração poderia dificultar o preenchimento de empregos menos qualificados, essenciais para o funcionamento de setores como limpeza e construção.
O especialista também destaca que a dependência da mão de obra estrangeira é visível em diversos setores da economia americana, onde os imigrantes representam uma parcela significativa da força de trabalho. Ele ressalta que manter o fluxo de novos trabalhadores é crucial para a continuidade do crescimento econômico, alertando para o possível impacto negativo caso a imigração seja drasticamente reduzida.