O Instituto Médico Legal (IML) do Amazonas realizou cerca de 150 sepultamentos de pessoas não identificadas ou não reclamadas por familiares no último ano. Os registros mostram que a maioria desses falecidos era de homens, com idades entre 20 e 50 anos, e o IML mantém um banco de dados com todas as informações dos indivíduos para o caso de familiares buscarem por parentes desaparecidos após o sepultamento. A instituição ressalta que o problema de identificação de corpos é recorrente em vários estados brasileiros, e pode ter diversas causas, incluindo desinformação, desejo de permanecer anônimo ou até mesmo o receio de serem encontrados por possíveis agressores.
No IML de Manaus, os corpos que chegam sem identificação passam obrigatoriamente por exames que investigam tanto a causa do óbito quanto tentativas científicas de identificação, como exames de DNA e registros fotográficos. Esses dados compõem um prontuário individual, que inclui documentos médico-legais, laudos e outros comprovantes, todos armazenados pela instituição. Segundo o diretor do IML, Sérgio Machado, os corpos não identificados podem permanecer sob custódia do órgão por um período máximo de até 30 dias antes de serem sepultados em jazigos individuais, respeitando as normas legais.
O IML também possui procedimentos para atender familiares em busca de parentes desaparecidos. Eles passam por entrevistas e preenchem questionários, e, caso o parente seja identificado no banco de dados, são realizados exames para confirmar o vínculo familiar. Se o ente querido já estiver sepultado, o IML informa a localização exata do sepultamento. Machado destacou a importância desse processo para ajudar familiares a encerrarem o ciclo de vida do ente falecido, resgatando a dignidade e proporcionando conforto emocional, além de permitir a retomada de direitos como sucessões e seguros.