O Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, celebra meio século de história em Salvador, destacando sua importância no contexto dos movimentos de valorização da cultura negra mundial, como o Black Power e os direitos civis nos Estados Unidos. Fundado em 1º de novembro de 1974, o bloco começou sua trajetória com desfiles marcados por escolta policial e enfrentou muitos preconceitos nos primeiros anos. O Ilê Aiyê se tornou um símbolo de resistência e identidade afro-brasileira, especialmente no Carnaval, quando suas cores vibrantes se destacam nas ruas.
A relação entre o Ilê Aiyê e a espiritualidade é profunda, com a influência do terreiro Ilê Axé Jitolú e de figuras como Mãe Hilda. Durante o Carnaval, o Curuzu se transforma em um espaço sagrado, onde rituais culturais e religiosos são realizados para abençoar a saída do bloco, atualmente liderados pela filha de Mãe Hilda, Hildelice Benta dos Santos. Este legado espiritual é essencial para a identidade do Ilê, que mantém suas tradições vivas ao longo dos anos.
Neste cinquentenário, o bloco promove uma série de eventos, incluindo documentários, exposições e shows, como o realizado na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Com a sede na Senzala do Barro Preto, o Ilê Aiyê também se dedica a atividades educativas e à manutenção de seu legado cultural, demonstrando seu compromisso com a inclusão e a valorização da cultura afro-brasileira. O show contou com a participação de artistas renomados, reforçando a importância do bloco na cena cultural do país.