O Ibovespa registrou uma queda acentuada nesta quarta-feira, fechando em 127.668,61 pontos, com perdas de 1,73%, marcando a maior perda diária desde junho. As ações de grandes bancos, como Itaú, Bradesco e Santander, sofreram perdas significativas, o que impactou negativamente o índice, que havia mostrado leve alta no pregão anterior. Por outro lado, o papel da Vale se destacou com valorização de 1,22%, equilibrando em parte o movimento do mercado, que também foi pressionado pela alta do dólar, que alcançou R$ 5,93 durante o dia. O volume financeiro na B3 foi de R$ 26,7 bilhões, refletindo um clima de cautela entre os investidores.
No cenário internacional, os índices de Wall Street também registraram quedas, embora menos acentuadas que as observadas no Brasil, com o Dow Jones e o S&P 500 recuando cerca de 0,3% e o Nasdaq caindo 0,6%. Além disso, o mercado local foi impactado por rumores sobre uma possível isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, uma medida que, se aprovada, poderia comprometer o ajuste fiscal e gerar uma renúncia de receitas significativas. Esse fator gerou uma reação negativa nos ativos financeiros, especialmente no câmbio e na curva de juros, afetando principalmente empresas mais sensíveis ao ciclo doméstico e às taxas de juros.
O cenário fiscal continua a ser uma grande preocupação para o mercado, especialmente com a expectativa em torno de um possível pacote de redução de gastos do governo. A definição sobre esses cortes é aguardada com ansiedade, já que a presença de incertezas e o adiamento de decisões importantes contribuem para um ambiente de volatilidade. Para o fechamento de 2024, os investidores observam de perto as declarações do ministro da Fazenda, que podem dar mais clareza sobre o rumo fiscal do governo e, consequentemente, sobre as expectativas para o final do ano.