Após três sessões consecutivas de perdas, o Ibovespa tentou recuperar-se nesta segunda-feira, atingindo momentaneamente os 128 mil pontos, mas encerrou o dia com leve variação positiva de 0,03%, pressionado pelo desempenho fraco das ações de grandes bancos e pela continuidade de ajustes nas ações da Vale. O índice permaneceu cauteloso em meio a preocupações com o cenário doméstico, marcado pela inflação acima do teto da meta e pela ausência de uma definição sobre o pacote de cortes do governo, que já está na terceira semana de espera pelo mercado.
O mercado financeiro segue atento à necessidade de equilíbrio fiscal, especialmente diante das incertezas relacionadas ao alinhamento do governo em torno dos cortes de gastos propostos pelo Ministério da Fazenda. A pressão para uma resposta mais clara sobre a trajetória do endividamento público aumentou após uma semana volátil, impulsionada também pelos resultados das eleições americanas, que reforçam temores de medidas deficitárias e protecionistas que podem afetar mercados emergentes, como o brasileiro, e a demanda por commodities.
Além da situação fiscal, a inflação persistente aumenta a pressão sobre o Banco Central para medidas mais duras, como um possível aumento da taxa Selic. No entanto, analistas alertam que essa decisão, se isolada, pode enfraquecer a economia sem oferecer uma solução definitiva para o cenário fiscal. Assim, cresce a expectativa por uma ação governamental mais urgente e concreta para garantir a sustentabilidade fiscal e mitigar os riscos de instabilidade econômica no longo prazo.