O Ibovespa fechou o dia com alta de 0,69%, se aproximando da marca dos 130 mil pontos, impulsionado por uma recuperação do setor financeiro, especialmente os bancos Itaú e Banco do Brasil. O desempenho da Bolsa brasileira contrastou com a cautela observada nos mercados internacionais, que enfrentaram o impacto das declarações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre novas tarifas comerciais. Embora o índice tenha se descolado das tensões externas, o mercado segue atento ao pacote fiscal que o governo brasileiro promete anunciar, o qual tem gerado expectativas e incertezas sobre o futuro da economia.
Internamente, o IPCA-15 de novembro, indicador antecipado da inflação, veio acima das previsões, reforçando preocupações com a pressão sobre os preços, especialmente no setor de serviços. Embora o índice não tenha impactado de forma significativa o Ibovespa, analistas destacam que o cenário inflacionário pode afetar as decisões do Banco Central e trazer desafios para o controle da inflação, que pode ficar acima do teto da meta este ano. A aceleração dos preços, juntamente com a dinâmica do mercado de trabalho, coloca o BC em uma posição delicada para os próximos meses.
Enquanto o mercado aguarda o tão esperado pacote fiscal, os investidores permanecem cautelosos diante da incerteza quanto ao grau de ajuste fiscal que será implementado. O pacote, que promete cortes de gastos, é visto como crucial para a estabilidade das contas públicas no curto prazo, mas sua eficácia dependerá da robustez das medidas adotadas. Caso o governo não consiga entregar um plano fiscal convincente, há o risco de um desajuste que possa frustrar as expectativas do mercado e impactar a confiança dos investidores a longo prazo.