Mais de 40 ativistas pró-democracia de Hong Kong foram condenados a penas de prisão que variam de 50 meses a 10 anos sob acusações de subversão, em um julgamento considerado o maior já realizado sob a lei de segurança nacional imposta pela China em 2020. A decisão judicial marca um novo golpe à liberdade política na cidade, anteriormente conhecida por seu ambiente pluralista e tolerância a manifestações. O processo destacou uma mudança profunda no cenário político de Hong Kong, que agora reflete o controle rígido do continente chinês.
As condenações incluem políticos, ativistas e jornalistas que participaram de uma eleição primária não oficial em 2020, considerada pelas autoridades locais como uma tentativa organizada de subverter o governo. Grupos de direitos humanos e governos ocidentais condenaram as sentenças, classificando-as como uma ameaça às liberdades básicas e à autonomia do território. Em resposta, o governo chinês acusou as críticas internacionais de interferência em seus assuntos internos, reforçando que a legislação de segurança nacional foi necessária para restaurar a estabilidade após os protestos de 2019.
Desde a implementação da lei, Hong Kong passou por reformas políticas e legais que restringiram significativamente os direitos civis e a participação pública. A maioria dos opositores está presa ou no exílio, e manifestações foram praticamente eliminadas. Autoridades defendem as mudanças como medidas para aumentar a eficiência governamental, enquanto críticos apontam que a cidade perdeu suas características democráticas, tornando-se cada vez mais alinhada ao sistema autoritário do continente chinês.