Cientistas levantam a hipótese de que a Terra pode ter possuído um sistema de anéis há cerca de 466 milhões de anos, durante o Período Ordoviciano. Esse anel teria sido formado a partir dos fragmentos de um asteroide de aproximadamente 12 km que alcançou o limite de Roche da Terra, se despedaçando devido à gravidade. A distribuição das crateras de impacto dessa época, concentradas perto do equador, sugere que esses meteoros poderiam ter origem nos detritos do anel, em vez de uma queda aleatória de asteroides.
Além dos impactos, o possível anel teria influenciado o clima global, potencialmente provocando um congelamento profundo durante a Idade Hirnantiana, um dos períodos mais frios da história do planeta. Estudos apontam que o anel poderia ter gerado sombra suficiente para reduzir a temperatura global, contribuindo para alterações climáticas significativas que moldaram a evolução da vida. Os altos níveis de condrito L, material presente nos meteoritos dessa época, reforçam a hipótese de um grande asteroide fragmentado próximo à Terra.
A pesquisa abre novas possibilidades sobre a história geológica e climática do planeta, enquanto investigações futuras buscam entender a duração do anel e seu impacto na evolução terrestre. Embora a formação de sistemas de anéis seja rara atualmente, há indícios de que Marte também tenha tido anéis no passado e possa formar novos no futuro. A descoberta ilumina aspectos desconhecidos da história do sistema solar e do impacto desses eventos na Terra.