Após 14 meses de confrontos intensos com Israel, o Hezbollah enfrenta uma longa e difícil recuperação, tanto em termos de perdas humanas quanto de infraestrutura. Estima-se que o grupo tenha perdido milhares de combatentes, com a maioria das baixas ocorrendo após o início da ofensiva israelense em setembro. Além das perdas de vidas, a organização também lida com a destruição generalizada em áreas controladas por seus apoiadores, especialmente no sul do Líbano e em Beirute. A reconstrução das casas e o apoio aos deslocados são as prioridades imediatas, com apoio financeiro do Irã sendo essencial para este processo.
A destruição do grupo, no entanto, vai além da infraestrutura física. O Hezbollah está avaliando suas falhas estratégicas e de segurança, com um foco em melhorar sua capacidade de resistir a futuras ofensivas israelenses. A liderança do grupo ainda está lidando com os impactos da morte de figuras chave, como seu antigo líder, além da pressão política interna no Líbano, onde a presença armada do grupo continua sendo uma questão divisiva. O apoio ao Hamas e os ataques a Israel em outubro de 2023 ressaltaram as tensões regionais e os objetivos do Hezbollah, que segue comprometido com a “resistência”.
Apesar dos danos, o Hezbollah tenta manter o controle sobre a lealdade de seus apoiadores, especialmente dentro da comunidade xiita. O impacto econômico da guerra é substancial, com estimativas de danos que ultrapassam os US$ 8 bilhões. A ajuda de países do Golfo, como no passado, ainda parece incerta, deixando o Hezbollah dependendo em grande parte de seu financiamento do Irã para a reconstrução. A situação interna e externa do grupo continua a ser moldada pela complexidade política e pelas exigências de reconstrução, em um cenário onde a resistência armada continua sendo um elemento central de sua estratégia.