O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo para que os países do G20 busquem consenso em vez de divisões durante as negociações da cúpula, prevista para os dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. Guterres destacou a importância do multilateralismo e da Agenda 2030, que propõe soluções para enfrentar as desigualdades globais. Ele alertou que a falta de unidade no G20 pode prejudicar a relevância do grupo, que representa uma parte significativa da economia global. Além disso, enfatizou que a cooperação internacional é essencial para que o G20 tenha um impacto positivo na ordem mundial.
Em relação à crise climática, Guterres afirmou que 2024 deve ser o ano mais quente da história, com impactos visíveis no Brasil, como a seca na Amazônia e as enchentes no Sul. Ele defendeu que as maiores economias do mundo, incluindo os Estados Unidos, devem liderar pelo exemplo em ações climáticas, reconhecendo o papel do mercado e da sociedade americana na transição para fontes de energia mais sustentáveis e acessíveis. A crise climática, segundo ele, é uma das questões mais urgentes para restaurar a confiança no sistema global.
O secretário-geral também abordou temas como as reformas no Conselho de Segurança da ONU, que considera desatualizado e ineficaz devido às mudanças no cenário mundial desde 1945. Ele defendeu a inclusão de mais países do Sul Global e a revisão dos métodos de trabalho do Conselho. No contexto do Oriente Médio, Guterres reiterou a necessidade de um processo de paz que respeite os direitos tanto dos palestinos quanto dos israelenses, e pediu um cessar-fogo imediato em Gaza, juntamente com assistência humanitária para aliviar a crise.