O governo de Javier Milei na Argentina anunciou a suspensão da aposentadoria vitalícia da ex-presidente Cristina Kirchner após a confirmação de sua condenação por fraude administrativa. A medida abrange tanto sua aposentadoria pessoal quanto a pensão recebida como viúva do ex-presidente Néstor Kirchner, e visa economizar cerca de 21 milhões de pesos por mês. Segundo o porta-voz presidencial, a decisão reflete a avaliação de que a ex-presidente perdeu o direito ao benefício, que anteriormente era concedido em reconhecimento ao mérito de sua atuação política.
A decisão foi tomada após a Câmara Federal de Cassação Penal confirmar a sentença de seis anos de prisão e inabilitação política contra Kirchner. Embora ainda seja possível recorrer da condenação à Suprema Corte, a ex-presidente, de 71 anos, não deverá cumprir pena em prisão devido à sua idade. Em resposta à medida, Kirchner criticou o governo, acusando o presidente de agir de forma autoritária e de dar ordens ilegais aos funcionários públicos. Ela argumentou que as pensões dos ex-presidentes não devem depender da condenação judicial, mas sim do fato de terem sido eleitos pelo voto popular.
Kirchner também comparou sua situação à da viúva do ex-presidente Fernando De la Rúa, que recebe a mesma pensão, apesar de ele ter renunciado em meio à crise de 2001. A ex-presidente, que também lidera o Partido Justicialista, principal força de oposição, usou suas redes sociais para reafirmar sua posição e destacar o que considerou um abuso de poder por parte do atual governo. A disputa em torno da medida intensifica as tensões políticas no país, com fortes divisões entre o governo e a oposição sobre questões relacionadas aos direitos dos ex-presidentes e as implicações da condenação.