O governo federal está prestes a anunciar um pacote de corte de gastos que visa revisar e contingenciar benefícios como o abono salarial, o salário mínimo e os direitos de militares. Estima-se que o corte total alcance até R$ 70 bilhões, com R$ 30 bilhões a serem economizados em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que as medidas foram definidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não revelou a data de divulgação do pacote.
Entre as principais mudanças, destaca-se a revisão das regras de acesso ao abono salarial e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), o que permitiria uma redução dos gastos ao longo do tempo sem impactar de forma abrupta as contas públicas. Também está em discussão a limitação do aumento do salário mínimo, que seria reajustado até 2,5% acima da inflação, em conformidade com a nova regra fiscal. As mudanças propostas visam aumentar a focalização das políticas sociais, buscando um equilíbrio fiscal sem promover cortes drásticos.
Além dos ajustes nas políticas sociais, o pacote também propõe mudanças na previdência militar, como a extinção do benefício pago a familiares de militares expulsos das Forças Armadas e o aumento da idade mínima para a passagem à reserva remunerada. Embora essas medidas representem uma economia modesta de R$ 12 milhões em 2025, elas fazem parte de um esforço maior para atingir os objetivos fiscais do governo. A proposta também inclui o aumento dos descontos para os fundos de saúde dos militares, ajustando as contribuições de acordo com a quantidade de dependentes.