Após um mês de discussões, o governo finalizou o pacote de corte de gastos, que será anunciado em breve, conforme afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O anúncio depende de uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, que ainda precisam ser agendadas. Haddad destacou que o pacote já está pronto e será enviado ao Congresso esta semana, mas o momento exato da divulgação será determinado pela disponibilidade dos parlamentares.
O pacote de corte de gastos, que inclui mudanças na previdência dos militares, será encaminhado ao Congresso com propostas que já estão em tramitação. Em vez de criar novos projetos, o governo aproveitou textos que já estavam em andamento, como a alteração no Vale Gás, que será incluída em um substitutivo de um projeto de lei, e a limitação de supersalários, que constará de um projeto de lei complementar. Além disso, o governo estuda incluir o pacote de cortes na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da Desvinculação das Receitas da União (DRU), um mecanismo fiscal que precisa ser renovado até o fim de 2024.
A estratégia de enviar o pacote de cortes em conjunto com a PEC visa agilizar a tramitação e aproveitar a oportunidade de aprovação da DRU. Haddad, junto com outros ministros e o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se reuniu com Lula para discutir os detalhes das medidas. A expectativa é que o pacote seja aprovado ainda este ano, conforme o ritmo das negociações no Congresso.