O governo brasileiro enfrenta um cenário desafiador, com o crescimento das despesas superando a capacidade de arrecadação, o que ameaça o equilíbrio fiscal. Em resposta a isso, a equipe econômica anunciou um corte de R$ 70 bilhões em gastos, focado principalmente nas despesas obrigatórias, como salários e previdência. As projeções indicam um déficit fiscal de até R$ 28 bilhões em 2024, o que coloca a meta de equilíbrio das contas públicas no limite. Para os próximos anos, a situação tende a se agravar, com déficits projetados de 0,72% do PIB em 2025, 0,59% em 2026 e 0,47% em 2027.
A principal causa desse desequilíbrio são as despesas obrigatórias, como os pagamentos relacionados à previdência e aos salários dos servidores. O aumento contínuo dessas despesas, devido, entre outros fatores, ao envelhecimento da população e ao aumento de licenças e aposentadorias, tem comprimido o orçamento do governo. Com as despesas obrigatórias crescendo, há cada vez menos recursos disponíveis para investimentos discricionários, como infraestrutura, o que impacta diretamente o crescimento econômico.
O corte proposto visa limitar o crescimento do salário mínimo e do abono salarial, medidas que afetam diretamente os gastos com a previdência. No entanto, esse pacote de ajustes ainda precisa ser aprovado pelo Congresso. Caso as metas fiscais não sejam cumpridas, o país pode enfrentar um aumento nas taxas de juros e na inflação, o que pode prejudicar a confiança dos investidores e agravar a situação econômica, resultando em menor crescimento e aumento do desemprego.