A vice-presidente e ministra da Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera, saiu em defesa dos serviços públicos envolvidos na gestão das enchentes que devastaram a região de Valência, onde 227 pessoas perderam a vida. Em um discurso no Congresso, Ribera agradeceu o trabalho da Aemet (agência meteorológica) e da Confederação Hidrográfica do Júcar, que alertaram a população com antecedência sobre o risco das inundações. A ministra criticou duramente os questionamentos à eficácia dessas entidades, considerando injusto duvidar de sua atuação durante a crise.
O conflito entre o governo central e a administração regional de Valência se intensificou após as enchentes, com acusações mútuas sobre a gestão do desastre. O presidente do governo regional, Carlos Mazón, admitiu falhas na resposta à catástrofe, mas acusou a Aemet e a Confederação Hidrográfica de um apagão de informações durante as horas críticas. A ministra Ribera, por sua vez, ressaltou que, embora os alertas tenham sido emitidos corretamente, a capacidade de resposta das autoridades locais foi insuficiente, citando o contexto de um cenário climático mais imprevisível.
A Espanha, país com um sistema altamente descentralizado, tem como responsabilidade principal das administrações regionais a gestão de desastres, embora o governo central tenha a prerrogativa de fornecer apoio em situações extremas. Ribera, ao abordar a questão no Congresso, destacou que eventos climáticos como as fortes chuvas que provocaram as enchentes devem se tornar mais frequentes devido às mudanças climáticas, enfatizando a necessidade de aprimorar a preparação e resposta a esses desastres.