A colunista Solange Srour expressou ceticismo quanto à proposta do governo de isentar o Imposto de Renda (IR) para rendas de até R$ 5 mil mensais, sugerindo que o impacto financeiro da compensação seria difícil de balancear. A ideia de aumentar a tributação sobre rendas superiores a R$ 50 mil para compensar a isenção não parece viável, pois exigiria uma carga tributária muito alta para os contribuintes mais ricos. Srour acredita que a isenção até R$ 5 mil pode ser aprovada, dado seu apelo popular, mas a contrapartida fiscal enfrenta grande resistência no Congresso.
A especialista observa que, apesar de a isenção ser uma medida amplamente favorável, o aumento de impostos para altas rendas encontra obstáculos no cenário político atual. Ela destaca a falta de uma estratégia clara de negociação por parte do governo, o que pode comprometer não apenas a aprovação das medidas compensatórias, mas também outras iniciativas fiscais e de contenção de gastos. Srour alerta para o risco de que as propostas de ajuste fiscal sejam diluídas durante o processo legislativo, enquanto novas demandas por aumento de gastos podem surgir.
Além disso, Srour ressalta que o cenário econômico desafia as tentativas de ajuste fiscal do governo. O aumento da inflação e a desaceleração econômica, impulsionados pela manutenção de juros altos, podem agravar a situação. A colunista sugere que a tentativa de balancear benefícios sociais e medidas fiscais simultaneamente não foi uma estratégia acertada, uma vez que isso pode dificultar ainda mais as negociações e a implementação das reformas econômicas necessárias.