Assessores do governo federal analisam que as divergências internas atrasaram a tomada de decisões cruciais para controlar os gastos públicos e fortalecer o arcabouço fiscal. A demora comprometeu o momento ideal para o lançamento de medidas econômicas, inicialmente previsto para logo após as eleições municipais, o que poderia ter aliviado pressões econômicas recentes, como a alta do dólar.
Essa valorização cambial gerou impactos negativos, pressionando a inflação e forçando o Banco Central a intensificar o aumento da taxa de juros. O cenário desfavorável alterou as expectativas econômicas do governo, que esperava iniciar cortes na Selic no início de 2024. No entanto, a tendência atual aponta para a manutenção de juros elevados, dificultando a recuperação econômica no curto prazo.
O presidente e sua equipe econômica se reúnem para definir medidas que serão anunciadas nos próximos dias. A proposta central busca enquadrar as despesas do governo às regras fiscais, limitando o aumento real dos gastos a 2,5%. Especialistas consideram as medidas relevantes, mas destacam que cortes em despesas obrigatórias seriam mais eficazes do que apenas reduzir o ritmo de crescimento dos gastos públicos.