O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou medidas para controlar os gastos públicos nos próximos anos, mas o pacote foi amplamente criticado por incluir uma isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil. O anúncio gerou frustração entre agentes econômicos, que consideraram inadequado combinar a renúncia fiscal com o esforço de contenção de despesas. Economistas apontam que essa decisão pode prejudicar a credibilidade do governo, especialmente em um momento de incertezas econômicas. Além disso, o impacto da isenção sobre a arrecadação pode comprometer os esforços fiscais de médio e longo prazo.
A medida pode afetar diretamente a relação do governo com os mercados, uma vez que o cenário de incertezas internas e externas já estava pesando sobre a economia. O dólar chegou a R$ 5,91 após o anúncio, e especialistas temem que o Brasil enfrente um aumento da inflação e juros elevados, o que prejudicaria ainda mais o crescimento econômico. Além disso, o governo precisará detalhar como planeja compensar a perda de arrecadação com a taxação de faixas de renda mais altas. O impacto fiscal da isenção é motivo de dúvida entre economistas, que questionam a viabilidade do pacote sem uma articulação mais clara entre os cortes de gastos e a manutenção de receitas.
Por outro lado, alguns economistas defendem que a isenção de IR pode ter benefícios sociais, ao reduzir a regressividade do sistema tributário e beneficiar a classe média. Eles argumentam que essa medida pode aumentar o consumo das famílias, estimulando a economia. No entanto, a implementação dessa política ainda depende do detalhamento das alíquotas para as faixas de renda mais altas e da capacidade do governo de compensar a perda de arrecadação. A discussão sobre o impacto dessas medidas seguirá em aberto, com a expectativa de novos anúncios por parte do governo nas próximas semanas.