O governo brasileiro, junto com grandes bancos credores, está buscando soluções para acelerar a saída do grupo Novonor (antiga Odebrecht) do controle da Braskem, a maior petroquímica da América Latina. A Novonor vem tentando vender sua participação na empresa há anos, mas não obteve sucesso até agora. Parte da dificuldade está no fato de que o grupo usou suas ações da Braskem como garantia de uma dívida de 15 bilhões de reais, mas o valor das ações caiu drasticamente, dificultando o pagamento. Para resolver a situação, os bancos propõem a criação de um fundo de participação privada (FIP), administrado por executivos com experiência e recursos para investir no crescimento da Braskem.
O BNDES, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, está ativamente envolvido nas negociações, com a intenção de manter alguma influência sobre a Braskem, por meio de um possível acordo de acionistas com a Petrobras, a segunda maior acionista da companhia. No entanto, a situação é complexa, pois a Petrobras e a Novonor possuem interesses que nem sempre estão alinhados, o que pode dificultar qualquer acordo com novos investidores. O valor de mercado da Braskem caiu para cerca de 12 bilhões de reais, o que reduziu significativamente o valor das ações da Novonor, tornando mais difícil para o grupo quitar suas dívidas.
A venda do controle da Braskem para um terceiro, uma alternativa discutida ao longo dos anos, também se mostrou desafiadora. A empresa enfrenta problemas ambientais, como o desastre em Maceió, que ainda traz consequências jurídicas e financeiras. Além disso, o acordo de acionistas com a Petrobras torna a operação mais difícil, uma vez que qualquer comprador precisaria lidar com a estatal, cujos interesses podem não estar totalmente alinhados com os seus. A negociação com possíveis compradores, como a LyondellBasell e a Adnoc, fracassaram em negociações anteriores, principalmente por conta de incertezas jurídicas e a complexidade da estrutura de controle da Braskem.