A ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, anunciou um plano abrangente de reformas regulatórias para revitalizar o sistema financeiro britânico, visando aumentar a competitividade e fomentar a inovação. Embora o Reino Unido seja o segundo maior exportador de serviços financeiros do G7, a ministra alertou que a posição do país como centro financeiro global não deve ser tomada como garantida, e será necessário um esforço contínuo para mantê-la. O discurso foi feito em sua primeira aparição no Mansion House, um importante evento na City de Londres.
Reeves propôs mudanças no sistema regulatório pós-crise financeira, que, embora tenham sido implementadas para reduzir riscos, acabaram por ter efeitos negativos não intencionais. Entre as medidas, destacam-se a modernização do Serviço de Ombudsman Financeiro e uma revisão do regime de certificações para empregados de empresas financeiras, com o objetivo de reduzir custos para as empresas e tornar o sistema mais eficiente. A ministra também abordou o combate às fraudes financeiras, que, no último ano, causaram perdas de 8,3 bilhões de libras para os consumidores britânicos. Para isso, o governo planeja lançar um piloto envolvendo um título do Tesouro britânico utilizando Tecnologia de Registro Distribuído (DLT).
Além das reformas no setor financeiro, o governo britânico também propôs mudanças no sistema de pensões, com a fusão de regimes de pensões de contribuição definida e os fundos de pensões do setor público em “megafundos”. Esse modelo, inspirado no que é adotado na Austrália e no Canadá, poderia liberar até 80 bilhões de libras em novos investimentos, impulsionando a economia e a infraestrutura do país. As propostas visam garantir um melhor valor para os participantes dos fundos e promover o crescimento econômico sustentável.