O governo federal está trabalhando na formulação de medidas estruturais para controlar os gastos públicos e buscar um equilíbrio sustentável das contas ao longo dos próximos anos. Na segunda-feira (4), o presidente Lula reuniu ministros, incluindo os titulares da Educação, Saúde e Trabalho, para discutir estratégias de cortes de despesas. A expectativa é que as propostas sejam anunciadas ainda nesta semana, com o objetivo de alinhar o ritmo de crescimento dos gastos à arrecadação, respeitando a nova regra fiscal que limita os aumentos.
A reunião, que contou com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adiou sua viagem à Europa para tratar do tema em Brasília. O foco do debate inclui a possibilidade de ampliar o alcance da regra fiscal e restringir o crescimento de despesas, como as emendas parlamentares e benefícios atrelados ao salário mínimo, que pressionam as contas, principalmente na área da Previdência. A dívida bruta do governo, que superou 78% do PIB em agosto, tem gerado preocupação, já que seu crescimento contínuo afeta a percepção de risco por parte de investidores.
Especialistas destacam que uma dívida pública elevada representa uma vulnerabilidade econômica, impactando as taxas de juros e, consequentemente, o financiamento da economia produtiva. A equipe econômica tem trabalhado para minimizar essas pressões e transmitir maior segurança ao mercado, considerando que medidas eficazes para frear o aumento da dívida podem reduzir a instabilidade e promover um ambiente econômico mais previsível. As discussões técnicas continuam intensas, com reuniões programadas envolvendo outros ministérios para aprofundar as estratégias de ajuste fiscal.