O governo federal, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está elaborando um pacote de medidas para cortar gastos públicos e garantir o cumprimento das metas fiscais nos próximos anos. A reunião realizada no Palácio do Planalto envolveu diversos ministros e durou cerca de três horas e meia, mas não resultou em anúncios oficiais. O Ministério da Fazenda apresentou o quadro fiscal do país, que foi discutido entre os participantes, com a promessa de incluir contribuições de outros ministérios nas próximas reuniões.
As medidas propostas incluem a imposição de um teto para despesas obrigatórias, com exceções para o aumento real do salário mínimo e a vinculação das aposentadorias a esse mínimo. Além disso, mudanças nas vinculações de gastos nas áreas de saúde e educação estão sendo consideradas. A equipe econômica do governo se debruçou sobre essas questões em resposta a pressões de investidores e setores políticos, com a expectativa de que as propostas sejam detalhadas em breve.
Entretanto, a incerteza em torno dessas medidas gerou nervosismo no mercado financeiro, resultando em pressão sobre a moeda, queda da bolsa de valores e alta dos juros futuros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a inquietação do mercado e garantiu que o governo está comprometido em manter o arcabouço fiscal, embora algumas discussões sobre mudanças no seguro-desemprego tenham sido negadas pelo Ministério do Trabalho. A expectativa é que o governo finalize suas propostas e as apresente nas próximas semanas.