O ministro dos Transportes, Renan Filho, defendeu a redução de incentivos fiscais a diversos setores como parte de um pacote de cortes de gastos que está sendo elaborado pelo governo. Durante o evento dos 30 anos da Lei das Concessões, ele destacou a importância de que setores com incentivos fiscais também contribuam para o equilíbrio fiscal, medida que ajudaria a controlar a inflação, reduzir o dólar e abrir espaço para a queda da taxa de juros. Renan Filho afirmou que seu ministério já atua conforme as diretrizes do arcabouço fiscal, garantindo, assim, a sustentabilidade dos investimentos.
A equipe econômica do governo, liderada pelo ministro Fernando Haddad, reuniu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir os ajustes finais do pacote de cortes, que pode ser anunciado em breve. Além de Renan Filho, outros ministros, como Simone Tebet e Rui Costa, participaram das discussões, que têm como objetivo reduzir despesas e manter o equilíbrio das contas públicas em meio a um cenário de juros elevados e pressão inflacionária. Haddad enfatizou a necessidade de definir o pacote ainda nesta semana, marcando um avanço nas ações para reduzir o gasto público.
Renan Filho também expressou preocupações sobre as recentes propostas de mudanças nas agências reguladoras, como a criação de uma “super agência” para coordenar todas as autarquias. Ele argumentou que uma estrutura dessa magnitude poderia comprometer a especificidade da atuação das agências setoriais, como a Ancine e a Aneel. Por outro lado, há dentro do governo quem apoie medidas como a eliminação de mandatos fixos para diretores dessas agências, que hoje têm duração de cinco anos, a fim de permitir uma gestão mais alinhada ao governo atual.