O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, manifestou-se contra as críticas feitas à carne brasileira após o anúncio de boicote do Carrefour às carnes dos países do Mercosul. O CEO do grupo francês, Alexandre Bompard, declarou que a carne do bloco não atende aos padrões sanitários e ambientais exigidos, alinhando-se com a posição de alguns agricultores franceses que se opõem ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Para esses produtores, as regras ambientais no Mercosul seriam mais flexíveis, dando aos países da região uma vantagem competitiva injusta.
Fávaro considerou inadmissível a afirmação de que a carne brasileira seria insegura, ressaltando que o Brasil exporta carne para a França há mais de 40 anos sem questionamentos sobre sua qualidade. Segundo ele, o direito de não comprar produtos brasileiros é legítimo, mas a crítica à produção nacional, sem fundamento, não será aceita pelo governo brasileiro. O ministro também destacou que a segurança alimentar e ambiental da carne brasileira é amplamente certificada por órgãos internacionais.
Em resposta ao movimento, mais de 40 entidades brasileiras, incluindo representantes do setor agropecuário, assinaram uma carta de repúdio à postura do CEO do Carrefour. Além disso, algumas empresas do setor de frigoríficos interromperam o fornecimento de carne à rede de supermercados francesa em solidariedade ao posicionamento do governo. A disputa reflete tensões mais amplas sobre as negociações comerciais entre o Mercosul e a União Europeia, especialmente em relação às práticas agrícolas e ambientais do bloco.