Seis meses após a maior enchente já registrada no Rio Grande do Sul, quase 2 mil pessoas ainda vivem em abrigos temporários, aguardando soluções habitacionais definitivas. Em meio a essa crise, o governo federal deu início ao programa Compra Assistida, que visa entregar moradias de até R$ 200 mil para as famílias que perderam suas casas nas inundações. Além disso, o governo estadual já distribuiu 212 casas temporárias para os desabrigados, oferecendo a possibilidade de um novo lar, ainda que temporário, para aqueles que enfrentaram as difíceis condições nos abrigos, como o calor intenso e a falta de privacidade.
Em localidades fortemente impactadas, como Eldorado do Sul, as marcas das enchentes ainda são visíveis nas construções e em áreas que permanecem praticamente desertas, com moradores relutantes em retornar. Segundo dados da Defesa Civil, cerca de 3 mil pessoas decidiram não voltar para as áreas antes ocupadas, transformadas agora em bairros vazios que lembram uma “cidade fantasma.” Diante dessa situação, o município planeja implementar obras de contenção para aumentar a segurança das regiões afetadas, em um esforço para atrair de volta os antigos moradores com a garantia de proteção contra novas cheias.
Entre os que permaneceram em suas propriedades ou foram reassentados em locais mais seguros, muitos relatam um renascimento e gratidão pelo apoio recebido. Pessoas como Natasha Karine Becker, que foram resgatadas de telhados durante as enchentes, expressam alívio pela segunda chance de reconstruir suas vidas. A mobilização e solidariedade tanto do poder público quanto da sociedade revelaram a força comunitária e a capacidade de superar os desafios trazidos por uma das catástrofes naturais mais severas da história do estado.