O governo brasileiro está estudando uma agenda de cortes de despesas obrigatórias, sob pressão de investidores e do mercado financeiro, para garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou uma viagem à Europa a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para se concentrar em questões econômicas domésticas. A equipe econômica considera esses cortes fundamentais para controlar a dívida pública e evitar o aumento das taxas de juros, que impactam negativamente o investimento e o consumo.
Nos últimos dias, as discussões sobre possíveis mudanças em políticas como o seguro-desemprego e a multa de demissão sem justa causa geraram nervosismo no mercado. A falta de clareza sobre as medidas propostas resulta em uma pressão crescente sobre o câmbio e os juros futuros. Especialistas alertam que, sem um controle adequado dos gastos obrigatórios, a manutenção do arcabouço fiscal, que foi estabelecido para regular as contas públicas, está ameaçada, levando a um possível ciclo vicioso de aumento da dívida e elevação das taxas de juros.
Além das discussões sobre cortes, um manifesto de acadêmicos e economistas critica as políticas de austeridade fiscal, defendendo a necessidade de preservar e expandir os direitos sociais. As propostas de reforma incluem a redução de gastos com servidores, alterações na previdência e a revisão de benefícios assistenciais. Entretanto, essas reformas podem ser impopulares e necessitam de aprovação do Congresso Nacional, o que levanta questões sobre o apoio político necessário para a implementação das medidas.