O governo de Javier Milei anunciou nesta quinta-feira (14) a suspensão da aposentadoria vitalícia da ex-presidente da Argentina, decisão tomada após a confirmação de sua condenação por corrupção. A medida, que também afeta a pensão derivada do falecido marido, foi justificada pelo governo com a alegação de que a ex-mandatária perdeu o direito ao benefício devido à sua responsabilidade penal por administração fraudulenta. A economia gerada pela suspensão é estimada em cerca de 21 milhões de pesos por mês (aproximadamente R$ 121 mil).
A ex-presidente, que governou o país de 2007 a 2015 e ocupou o cargo de vice-presidente de 2019 a 2023, reagiu à decisão nas redes sociais, chamando o atual presidente de “pequeno ditadorzinho”. Ela argumentou que a pensão dos ex-presidentes não deve ser tratada com base em mérito, mas sim em reconhecimento pela escolha popular. A decisão ocorre após a Câmara Federal de Cassação Penal ter confirmado a sentença de primeira instância, que a condenou a seis anos de prisão e inabilitação política, embora ela ainda possa recorrer à Suprema Corte.
A ex-presidente continua sendo uma figura central na oposição ao governo atual e preside o partido peronista. Caso a sentença seja confirmada, ela não enfrentaria prisão imediata devido à sua idade superior a 70 anos, mas sua situação jurídica ainda depende dos próximos passos legais. A suspensão da aposentadoria reflete as tensões políticas entre o governo de Milei e a oposição, especialmente em meio ao cenário de judicialização e conflitos políticos no país.