O governo federal planeja leiloar entre 30 e 50 aeroportos regionais no primeiro semestre de 2025, com foco nas regiões Norte e Nordeste, como parte de um programa de concessões para sanar déficits de infraestrutura e estimular o desenvolvimento econômico local. O plano inclui até 100 aeroportos em rodadas sucessivas, dependendo do interesse privado e da adesão de estados e municípios, com previsão de investimentos de cerca de R$ 4 bilhões. Os aeroportos serão agrupados em blocos nos leilões para atrair mais concessionárias, que poderão negociar ajustes nos contratos vigentes em grandes terminais.
A principal barreira para a expansão da aviação regional é a infraestrutura limitada e a instabilidade econômica, que impacta diretamente a demanda. Especialistas destacam que o crescimento desse mercado depende não apenas de investimentos físicos, mas também de uma situação econômica mais estável e de regulamentações claras que garantam segurança jurídica. A baixa densidade de tráfego em áreas remotas torna os voos mais vulneráveis a crises econômicas, afetando sua viabilidade a longo prazo.
Apesar dos desafios, o mercado regional apresenta oportunidades, especialmente para empresas low cost, que podem explorar rotas com pouca concorrência ou demanda reprimida. Companhias aéreas demonstram interesse em ampliar conexões no interior do país, sobretudo no Norte, mas ressaltam a necessidade de avanços regulatórios, como decisões sobre o despacho gratuito de bagagens e redução da judicialização no setor. O plano de concessões busca não apenas ampliar a conectividade, mas também promover integração regional e oferecer melhores condições de mobilidade para populações isoladas.