O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou um pacote fiscal com o objetivo de reduzir em R$ 70 bilhões os gastos do governo nos próximos dois anos. Entre as medidas anunciadas, estão mudanças nas regras do salário mínimo, no abono salarial, nas aposentadorias militares, e uma nova regulamentação para o teto salarial no serviço público. Além disso, foi sugerido o aumento da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, mas com a condição de que um aumento de taxação sobre os mais ricos também seja aprovado. Contudo, as medidas geraram mais dúvidas do que respostas no mercado, que aguarda mais detalhes na coletiva prevista para esta quinta-feira.
Os analistas do mercado financeiro estão divididos quanto à eficácia do pacote. Enquanto alguns consideram as ações positivas, destacando a tentativa de controle das contas públicas, outros questionam a capacidade do governo de implementar essas mudanças de forma efetiva. A isenção de IR, por exemplo, foi vista com ceticismo, com preocupações sobre seu impacto fiscal e a falta de clareza sobre como será compensada. Além disso, há temores de que a proposta de aumento de tributos para os mais ricos possa afetar o apetite por investimentos, especialmente em um cenário de incertezas políticas e econômicas.
Apesar do anúncio de Haddad, a reação do mercado foi mista, com investidores aguardando a coletiva de imprensa para obter mais informações sobre o impacto real das medidas. Embora o pacote de R$ 70 bilhões seja considerado um passo na direção certa para melhorar a sustentabilidade fiscal do Brasil, muitos especialistas alertam para a necessidade de medidas mais estruturais que garantam o equilíbrio fiscal a longo prazo e enfrentem desafios de implementação. As próximas semanas serão decisivas para avaliar se o governo conseguirá dar conta dos compromissos anunciados.