O governo de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um pacote de medidas fiscais na noite de quarta-feira, 27, visando reduzir o crescimento das despesas públicas e restaurar a confiança nas contas do governo. O pacote inclui, entre outras ações, a limitação do crescimento do salário mínimo e ajustes nas regras de benefícios sociais, como o abono salarial e a previdência dos militares. O governo espera economizar até R$ 70 bilhões até o final de 2026, embora não haja cortes diretos nas despesas, mas sim uma desaceleração no ritmo de crescimento. O pacote é uma tentativa de adequar os gastos ao arcabouço fiscal, que visa controlar a trajetória da dívida pública.
Uma das medidas mais destacadas do pacote foi a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês, uma promessa de campanha de Lula. Essa isenção, parte da reforma tributária, será enviada ao Congresso no próximo ano, mas foi anunciada junto com as demais medidas fiscais para mitigar resistências políticas. Para compensar a perda de receita, o governo propôs também um aumento de impostos para quem ganha mais de R$ 50 mil mensais, com a criação de uma alíquota mínima sobre todas as fontes de renda. Essas medidas, no entanto, geraram reações negativas no mercado, refletindo a incerteza sobre o impacto fiscal e a confiança do governo na estabilização da economia.
O pacote visa aliviar a pressão sobre as contas públicas e ajudar na estabilização da dívida, além de contribuir para a redução da inflação, ao controlar o crescimento das despesas governamentais. A equipe econômica prevê que a combinação de medidas fiscais ajudará o Banco Central no controle da inflação, permitindo que a autoridade monetária tenha mais margem para ajustar os juros. A reação do mercado foi imediata, com o dólar subindo para seu valor mais alto, evidenciando a apreensão sobre a eficácia das reformas propostas. As medidas refletem um esforço do governo para equilibrar as contas sem comprometer os programas sociais, embora com desafios políticos internos e externas.