O governo federal anunciou, na última quarta-feira (27), a proposta de aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR), que beneficiaria os trabalhadores com rendimento mensal de até R$ 5 mil, em linha com uma promessa de campanha. Atualmente, a isenção abrange quem ganha até R$ 2.824. Essa medida, no entanto, gerou desconforto entre parlamentares, que consideraram a proposta precipitada, uma vez que a discussão formal do projeto de reforma do IR só ocorrerá em 2025.
Além do aumento na isenção do IR, o governo também apresentou um pacote de cortes de R$ 70 bilhões em gastos públicos, com o objetivo de controlar o orçamento nos próximos dois anos. O presidente da Câmara, Arthur Lira, pediu aos deputados que se concentrem na votação do pacote de medidas ainda este ano, com a meta de realizar sessões até o recesso legislativo de dezembro. Essas propostas fazem parte de uma tentativa de ajustar as contas públicas e atender a compromissos fiscais.
O anúncio das mudanças fiscais gerou repercussões no mercado financeiro, com o dólar chegando a R$ 5,91, o maior valor nominal da história. A expectativa em torno das medidas, especialmente o aumento da isenção do Imposto de Renda, influenciou o comportamento da moeda. A próxima etapa do governo inclui o detalhamento do pacote de cortes e novas medidas econômicas, que será apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (28).