Em um dia de alta expectativa pela divulgação do pacote de cortes de gastos, o mercado financeiro brasileiro reagiu com elevação nas taxas de juros futuros, impulsionada pela pressão no câmbio e a ausência da referência do mercado de Treasuries devido ao feriado nos Estados Unidos. Embora o movimento tenha perdido força no fim da sessão, as taxas ainda refletem a incerteza quanto ao conteúdo e à viabilidade das medidas fiscais. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 13,11%, indicando a cautela dos investidores quanto à sustentabilidade das metas de inflação e trajetória fiscal do país.
O mercado continua precificando um cenário de política monetária agressiva, prevendo uma aceleração nas altas da Selic, impulsionado pelo receio de que as metas fiscais possam não ser atingidas. Dentre as expectativas, há uma probabilidade de 100% para um aumento de 0,75 ponto na próxima reunião do Copom em dezembro. As projeções de inflação para os próximos anos também sofreram ajuste, com o IPCA de 2025 próximo da banda superior da meta, refletindo as incertezas quanto à capacidade do governo de conter o crescimento da dívida pública.
Houve reuniões entre o ministro da Fazenda e o presidente para debater o pacote de corte de gastos, aumentando a expectativa por um anúncio iminente que acalme o mercado. Ainda assim, o déficit fiscal de setembro e o elevado índice de dívida em relação ao PIB mantêm as preocupações sobre a trajetória fiscal a longo prazo.