Com a crescente demanda por fundos de crédito privado, os gestores enfrentam o desafio de entregar retornos superiores ao CDI, especialmente em um cenário de spreads mais baixos. A alta busca por títulos privados resultou em uma compressão das diferenças de rendimento entre esses papéis e os títulos públicos, o que tem forçado os gestores a buscar estratégias alternativas para manter a rentabilidade. Apesar de bons resultados em 2023, impulsionados pela crise de algumas empresas, a expectativa é que as taxas de retorno se aproximem das dos títulos públicos, o que dificulta a obtenção de prêmios altos.
Diante dessa realidade, muitos gestores adotaram uma postura mais cautelosa, aumentando o caixa dos fundos como forma de se proteger de oportunidades de baixo retorno. A Vinland Capital e a Sparta, por exemplo, optaram por acumular uma maior proporção de dinheiro em caixa, enquanto outras casas, como a Legacy, diversificaram suas carteiras com ativos estruturados e títulos em moeda estrangeira para melhorar a rentabilidade. Alguns gestores também começaram a olhar para o crédito de emissores com ratings mais baixos, como o AA-, em busca de maiores spreads, desde que o risco não seja excessivo.
O fechamento de fundos para novas captações tem sido uma estratégia adotada por algumas gestoras para evitar sobrecarga de recursos e garantir uma alocação eficiente. A decisão de limitar a entrada de novos investidores visa evitar a compra de papéis com prêmios baixos e proteger o portfólio da pressão de saques futuros. No entanto, as gestoras que buscam originação própria de crédito, como a JiveMauá, não enfrentam os mesmos desafios, pois controlam diretamente as emissões e têm maior flexibilidade nas condições oferecidas. A pressão sobre os fundos, portanto, é uma realidade que tem moldado as estratégias de investimento no setor de crédito privado.